10 de março de 2013

A TRAVESSIA DO VASO.

CONTO INDIANO



Conta uma lenda indiana que um homem transportava água todos os dias para a sua aldeia, usando dois grandes vasos que prendia nas extremidades de um pedaço de madeira, que colocava atravessado nas costas.Um dos vasos era mais velho que o outro e tinha pequenas rachaduras; cada vez que o homem percorria o caminho até sua casa, metade da água se perdia.Durante dois anos o homem fez o mesmo percurso. O vaso mais novo estava sempre muito orgulhoso de seu desempenho e tinha certeza de que estava á altura da missão para a qual tinha sido criado, enquanto o outro vaso morria de vergonha por cumprir apenas metade de sua tarefa, mesmo sabendo que aquelas rachaduras eram fruto de muitos anos de trabalho.Estava tão envergonhado que um dia, enquanto o homem se preparava para pegar água no poço, decidiu conversar com ele:- Quero lhe pedir desculpas, já que, pelo meu tempo de uso, você só consegue entregar metade da minha carga, e assim saciar a metade da sede que o espera em sua casa. O homem sorriu e lhe disse:- Quando voltarmos, por favor olhe cuidadosamente o caminho.Assim foi feito. E o vaso notou que, do seu lado do caminho, cresciam muitas flores e plantas.- Vê como a natureza é mais bela do seu lado? – perguntou o homem. – Sempre soube que você tinha rachaduras, e resolvi aproveitar-me deste fato. Semeei hortaliças, flores e legumes, e você as tem regado sempre, todos os dias. Já recolhi muitas rosas para decorar minha casa, alimentei meus filhos com alface, couve e cebolas. Se você não fosse como é, como poderia ter feito tudo isso?“Todos nós, em algum momento, envelhecemos e passamos a Ter outras qualidades. É sempre possível aproveitar cada uma dessas novas qualidades para obter um bom resultado.”

9 de março de 2013

SHIVA NA GRANDE NOITE



Gente, li este post num site e amei!! Resolvi trazer a vocês para ajudar no nosso auto-conhecimento.. Beijinhos!!
Há muito tempo, um rei chamado Chitrabhanu observava um jejum com sua esposa quando foi visitado pelo sábio Astavakra, que, por sua vez, questionou o motivo de sua vigília. Aquele dia especial era o Maha Shiva-ratri, a grande noite do Senhor Shiva. O rei, tendo a bênção de se lembrar de suas vidas passadas, explicou-lhe o motivo, dizendo: “Em uma encarnação anterior, fui um caçador em Varanasi, chamado Susvara. Minha vida consistia em matar e vender pássaros e animais silvestres. Um dia, fui tomado pela escuridão da noite e, incapaz de voltar para casa, subi em uma árvore de Bael em busca de abrigo. Eu havia matado um cervo, mas não tive tempo de levá-lo para o meu lar. Atormentado pela fome e pela sede, fiquei acordado por toda a madrugada. Lágrimas profusas foram derramadas por mim quando pensei em minha esposa e filhos pobres, que deviam estar famintos esperando o meu regresso”.
“Para aliviar o meu tédio, empenhei-me em arrancar as folhas da árvore e soltá-las ao chão. Finalmente, o Sol tomou conta do céu e pude regressar para casa. Antes de quebrar o jejum, servi comida a um estranho que veio até mim, implorando por alimento. No momento da minha morte, vi dois mensageiros do Senhor Shiva, que vieram a fim de me levar aos planetas celestiais. Pela primeira vez, eu soube do mérito que recebi pela adoração completa e inconsciente a Sri Mahadeva (Shiva) no Shiva-ratri. Contaram-me que, abaixo da árvore de Bael, havia um Shiva-linga enterrado e eu o adorei com as folhas de Bael, realizei um abisheka com minhas lágrimas e observei um jejum por toda a noite. Antes de comer, alimentei um brahmana. Assim, inconscientemente, eu adorei o Senhor Shiva nesse dia mais auspicioso. Após anos de bem-aventurança divina, renasci como Chitrabhanu”.